1. |
Horas
03:46
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Horas
Nas horas vagas penso em ser livre
Mas livres são aqueles sem as horas
É curioso como a liberdade que nasceu com a gente
É agora estranha à gente
Não ter horas é ser como um corvo
Vive sem ter essa liberdade
Ser e ter, contrárias permanentes
Ou és e não tens
Ou tens e não és
Ficarás desperto
Nesta cidade
Vi da janela
A estrada vazia
Enquanto se ouviam
Os passos que vinham
Do anoitecer
Nas horas vagas penso em ser livre
Mas livres são aqueles sem as horas
É curioso como a liberdade que nasceu com a gente
É agora estranha à gente
Não ter horas é ser como um corvo
Vive sem ter essa liberdade
Ser e ter, contrárias permanentes
Ou és e não tens
Ou tens e não és
Ficarás desperto
Nesta cidade
Vi da janela
A estrada vazia
Enquanto se ouviam
Os passos que vinham
Do anoitecer
Viajando entre os sinais
Enquanto alguém escrevia um verso
Sobre o menino
A sua voz dizia que sim
Enquanto os outros falavam sem fim
Da fantasia
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2. |
Ilusão
03:54
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(Pura) Ilusão
Nada,
Quase nada
Se destina a ser
O que julgamos ter.
A vida pula
Quer e pulsa
E nós com ela
E por causa dela
Bate o coração inteligente
No peito do inconsciente
Mas manda no Verbo
O substantivo servo
E tudo o mais é vida
E o génio que decida
Que o viver é incerto
Sem Ti por perto
Olho o Universo,
Cabe num verso,
Mas é tão vasto,
Que eu não lhe basto…
Que vida é a minha,
A vida de quem caminha
Nesta Terra, só,
E nós de pó em pó.
Que vida é esta,
Que o tempo empresta,
E o que parece
Logo se desvanece
E tudo o mais é vida
E o génio que decida
Que o viver é incerto
Sem Ti por perto
E tudo o mais é vida
E o génio que decida
Que o viver é incerto
Sem Ti por perto
Letra de João Moreira dos Santos
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3. |
Encontro
03:10
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Encontro
Encontro a saída
deste lugar que vive
Morto, sem ressurreição
sem paz e sem guarida
Inerte melancolia
Só eu vejo assim
Sufrágio sem esplendor
verdades sem amor
O respeito cresce pelas mãos
de quem inspira
Contra quem domina
Devo ficar em alerta
Devo tombar com o sono
Permanecer atento
A ouvir todos os sons
Eles gritam-me com vozes
que mais ninguém consegue ouvir
Para além de mim, eu sei
que hás de conseguir
Convocado foste,
a sentir o dissabor
Alguém que procede da
linhagem dissolvida
Em mescla de injustiça
Vive agoniado
sem anestesia
Vou subir as escadas,
passar a lava e trovões
Encontramo-nos depois
Devo ficar em alerta
Devo tombar com o sono
Permanecer atento
a ouvir todos os sons
Eles gritam-me com vozes
que mais ninguém consegue ouvir
Para além de mim, eu sei
que hás de conseguir
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4. |
Lembrança
02:31
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Lembrança
Tudo parece bem
Quando está tudo bem
Amanhã quem sabe não sei
Se cá estarei
P'ra te contar
O que ficou por contar
Sei lá quem será
O sortudo que viverá
Até ao fim
Sortudo sei quem não é
Já vi quem ficou p'ra trás
Fica aqui a lembrança
A todos os que partiram
Fica aqui a esperança
Tudo parece bem
Quando está tudo bem
Amanhã quem sabe não sei
Se cá estarei
Para sentir
A luz do Sol
Sei lá quem será
O sortudo que viverá
Até ao fim
Sortudo sei quem não é
Já vi quem ficou p'ra trás
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5. |
Prazer
03:25
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Prazer
O prazer de ser livre mas não ser
O prazer de ser alguém e ser ninguém,
O prazer de olhar e não poder
Foi alguém que disse e aconteceu
O prazer de cantar mas não ter voz
O prazer de voar, mas vou cair
O prazer de sonhar, vou acordar
Foi alguém que disse e aconteceu
Viver sem prazer
Não foi escolha pessoal
Viver sem viver
O prazer de ser livre mas não ser,
O prazer de criar, crescer ninguém
O prazer de tocar mas não sentir
Foi alguém que disse e aconteceu
O prazer de correr e não poder
O prazer de nadar, mas sufocar
O prazer de viver, mas vou morrer
Foi alguém que disse e aconteceu
Viver sem prazer
Não foi escolha pessoal
Viver sem viver
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6. |
Juros
02:51
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Juros
História sem final
Feliz aquele a sonhar
Quem bateu à porta
História sem final
Feliz aquele a sonhar
Quem bateu à porta
Quem quiser fazer o bem
Bate à porta da solidão
Vive lá fora uma história sem perdão
Vive cá dentro uma ansiedade
Não vai embora
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7. |
Animal
02:45
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Animal
Dentro dessa estátua vive uma criança
Pois é, quase te esquecias
Está presa dentro de ti e quer sair
Vê lá se deixas respirar esse ser que aprisionaste
Pois é, quase te esquecias
Está preso dentro de ti e quer sair
Fecha os olhos, larga os medos
Quem tu és não é segredo
És um ser melodioso, és um animal
Vê lá se deixas respirar esse ser que aprisionaste
Pois é, quase te esquecias
Está preso dentro de ti e quer sair
Fecha os olhos, larga os medos
Quem tu és não é segredo
És um ser melodioso, és um animal
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